sábado, 3 de maio de 2008

A POLÍTICA DA VINGANÇA



Os padres criticaram o Partido Socialista e agora têm de se aguentar à bronca!... É para aprenderem a ficar calados!... Para defender o poder rosa, vale tudo.



"Ele também foi pregado na Cruz porque não se calava..."
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A imaginação e engenho deste governo não tem limites, agora fiscalizam os “profissionais da fé”, não é que discorde, o Vaticano tem muitos recursos, mas não deixa de ter piada a forma desairosa e fundamentalista como o governo o faz.
Não é difícil de “imaginar” uma nota interna do governo para as entidades fiscalizadoras mais ou menos nos moldes que se segue.
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Nota interna, directiva para fiscalização da Empresa Fábrica da Igreja.
Ordena-se a ASAE uma fiscalização na empresa Fábrica da Igreja, no que toca á segurança alimentar, fiscalização de serviços e instalações.
Deve-se começar pelas hóstias, verificando a sua fabricação, embalagem, transporte e data de validade.
Dever-se-á verificar se as hóstias são produzidas por uma empresa legal de Catering, a qualidade da farinha e de outros ingredientes utilizados, verificar os utensílios utilizados no seu fabrico tais como colheres de pau de madeira ou recipientes inapropriados, bem como a sua embalagem inviolável de forma a chegar ao “consumidor” nas melhores condições, tal como se fez com as Bolas de Berlim. Assegurar ainda a forma como o produto citado é armazenado nas respectivas sacristias, e verificar se as respectivas sacristias possuem equipamentos de frio que assegurem a devida conservação do produto.
Dever-se-á verificar a origem, qualidade e modo de conservação do vinho tinto usado nas homilias, pese embora não seja um produto fornecido aos clientes da fabrica da Igreja, dever-se-á respeitar as elementares regras de higiene e qualidade do mesmo, já que é ingerido regularmente pelos párocos em acto público, averiguando assim a sua origem, verificando se é produto adquirido de forma avulsa ou se é produto engarrafado e com selo, tal como se fez com os galheteiros nos restaurantes, se se verificar que o vinho tinto usado nas homilias é de origem caseira, sendo comprado directamente do produtor, ordena-se a sua confiscação imediata.
Nota interna: Como a lei no que diz respeito ao destino e destruição deste produto confiscado é vaga ou ausente, concede-se ao Sres. fiscais a possibilidade de o poderem armazenar e ingerir no respectivo refeitório, no caso muito provável se se estar perante um vinho tinto de superior qualidade, solicitava-se o favor de o transportar com cautela e cuidado para não turvar e bem assim mandar alguns garrafões para o gabinete do Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares e para o gabinete do PM.
Dever-se-á verificar e inspeccionar os diversos equipamentos disponibilizados pela empresa Fábrica da Igreja e usados pelos “consumidores” da mesma, de forma a garantir todos os aspectos legais, de higiene e de conforto.
Recomenda-se assim que a ASAE fiscalize os diversos confessionários - sobretudo no aspecto da acessibilidade aos mesmos, tendo em mente os invisuais (cegos) que o utilizam, o espaço disponibilizado aos clientes não poderá ser demasiado exíguo, isto porque depois de uma penosa e longa confissão de joelhos, o cliente deverá ter espaço bastante para que possa esticar as pernas - de forma a garantir um bom uso dos mesmos.
Dever-se-á garantir, pois é de um espaço público de que se fala, que a empresa Fábrica da Igreja, vulgo Igreja, esteja apetrechada com latrinas, dejectórios ou retretes em número suficiente para a dimensão da Igreja e com boas condições de uso, salubridade e asseio, a não haver boa observância deste requisito as instalações em causa deverão ter ordem de encerramento imediato para obras, tal como se procedeu com a Ginjinha do Rossio.
Recomenda-se ainda, seguindo as boas práticas deste governo, e observando e considerando as palavras do Ministro Estado e das Finanças Teixeira dos Santos, averiguar a partir do dia 1 de Julho de 2008 se o fornecimento de serviços prestado pela Fábrica da Igreja, nomeadamente missas e homilias por encomenda, casamentos, baptizados e cerimonias fúnebres, respeitam a lei, nomeadamente no que concerne á descida da taxa do IVA de 21% para 20 % e, se em tais serviços prestados aos seus clientes a fábrica da Igreja passa a respectiva factura.
Dever-se-á ainda averiguar se os espaços públicos da Fabrica da Igreja, vulgo Igreja, possuem saídas de imergência acessíveis, se possuem extintores de incêndio a cada 50m2, respeitando a lei dos espaços públicos comerciais, e a afixação do horário laboral e do horário do estabelecimento, e do mapa de férias afixados em local bem visível. Averiguar ainda se em cada instalação da citada empresa existe Livro de Reclamações para uso dos clientes que assim o entendam bem como o seu anúncio em local bem visível.
Para além do citado as entidades fiscalizadores deverão certificar-se se os respectivos receptáculos das doações (esmolas) cumprem a lei e, caso se verifique a sua não observância, propor ao governo para apresentação na AR uma forma inovadora de recolha de esmolas nas instalações da fábrica da Igreja, talvez com contadores de moedas electrónicos e via Internet, sabendo assim o tesouro a qualquer momento as doações feitas e o imposto a cobrar, obtendo assim um total controlo e fiscalização das doações feitas.
Publique-se e proceda-se em conformidade

Nova lei laboral e as 1001 maneiras de se ser despedido



Foram apresentadas as novas propostas do Governo para alterar a lei laboral.
A intenção, é flexibilizar mais os horários de trabalho e lutar contra o trabalho precário (desta vez não estão a mentir).
Ainda não li todas as mediadas de flexibilização que propõem e só conheço aquelas que foram faladas nas noticias.
Nesta flexigurança à portuguesa a flexibilidade parece estar lá toda... agora não me lembro é de ter ouvido falar nada da parte da segurança.
Luta-se contra a precariedade do emprego dizem.
Quem tiver trabalhadores a prazo ou pagos a recibo verde vai ter de descontar para a segurança social uma parte do que antes era suportado pelo trabalhador.
Até aqui parece fixe, não parece?
Para a combater ainda mais esse flagelo, até vão dar benefícios fiscais às empresas que só tenham trabalhadores com contrato definitivo.
Também parece bom, não parece?
Só que nem sempre o que parece é... porque se pensarmos um pouco podemos perceber que tornando o despedimento livre, acaba para os patrões a necessidade de fazerem contratos a prazo.
Todos passamos a estar de alguma maneira a contratados a prazo... ao prazo que o patrão quiser e desejar...

Não lhe lambeste bem as botas, Rua.
Aumentos? Rua.
Hoje não podes ficar a trabalhar até mais tarde porque tens que ir buscar os teus filhos à escola? Rua.

Não admira que os patrões gostem da ideia e aplaudam as medidas do governo.
Passam a ter todos os trabalhadores com a prática dos precários e ainda vão ganhar uns benefícios fiscais.
Agora está na hora de ir ler a proposta desta lei e começar afazer contas à vida.
Não ao dinheiro, que esse já é pouco e já sabemos que sobra sempres mês para o ordenado, mas ao que vamos ter de fazer no trabalho e quais os direitos que vamos deixar de poder usufruir.
Não por serem proibidos mas porque podem irritar o patrão.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Ladrão

O estado do Estado



Não é o Estado Novo, mas é o novo Estado, o estado do Estado a que chegámos.
Importa olhar para trás e ver, o que mudou desde a queda do regime ditatorial. As pessoas, a economia, o país, as mentalidades, etc. As histórias que se contam às crianças agora sobre o que foi o Estado Novo, são do género, "Era uma vez num país à beira-mar plantado chamado Portugal, um dia apareceu um senhor mau, que mandava em toda a gente, e as pessoas não podiam fazer nada, ou falar nada, porque senão esse senhor mandava prendê-las, até que um belo dia houve uma revolução e muitos soldados e o povo mandaram embora esse senhor!", arrisco-me a dizer que muita gente dirá que "depois viveram todos felizes para sempre!" como nos livros de Harry.
Enquanto há gente, (e se não acreditam, podem dar uma volta a ver os caixotes do lixo da vossa localidade), a vasculhar o lixo em busca de algum pedaço de pão para comer, há os ditos comendadores (diga-se Berardo's) a pousarem de benevolentes a querer ajudar o Benfica. Enquanto os proprietários agrícolas passam noites ao relento, "acampados" à porta das finanças e afins, discutem-se OPA's e negócios milionários, num país onde é gritante o colossal fosso entre a maioria média e de fraco rendimento e a minoria, detentora do grande capital. Mas todos nos fazem querer que está tudo bem, a televisão mostra nas suas séries luxuosas mansões, bons carros, um nível de vida e qualidade de vida elevado, festas. Mas do lado de cá do pequeno ecrã, a milhões de Portugueses a fazer as mais fantásticas ginasticas para sobreviver. E a minha pergunta é, no meio de tanto luxo e negócios enormes, onde pára a indústria nacional? Porque há tanto desemprego? Porque vamos a Espanha e pagamos muito menos pelo que pagamos cá embora lá o rendimento seja maior?
O governo pensa em mega projectos, o TGV o novo aeroporto, onde vai o governo obter dinheiro para pagar isso, certamente à Europa, a mesma Europa onde aumentou o número de países dependentes das ajudas comunitárias. O que pretende o governo? Viver eternamente da UE? Dos Euro's 2004? E de outros eventos.
Agora gostava que o Sr. Sócrates, porque é que pagámos 2€ para poder fazer um exame escolar? Quantas mais pessoas terão de morrer a caminho do Hospital? Etc., Etc., Etc

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

filhos do nada


«Em cada grito de cada homem, em cada grito de medo soltado por uma criança, em cada voz, em cada anátema, ouço o ruído das correntes que forja o espírito» (William Blake)

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Dualidade do ser


O homem é capaz de realizar o belo e também o grotesco, é esta dualidade que é assustadora no ser humano

domingo, 12 de agosto de 2007

Operário em Construção

Era ele que erguia casas
Onde antes so' havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão
Nao sabia por exemplo
Que a casa de um homem e' um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa quer ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão...
(Vinicius de Moraes)